OPERAÇÃO GLADIO



"Em cada país [da Europa Ocidental], o serviço secreto militar operou o exército anti-comunista dentro do estado, em colaboração próxima com a CIA e o MI6, que era desconhecido pelos parlamentos e populações."

- Daniele Ganser em Nato's Secret Armies


Introdução

Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA e os países da Europa Ocidental temiam a influência soviética numa Europa agora destruída e dividida. A União Soviética era vista por uma significativa parte da população europeia daquela altura como o principal agente de libertação do nazismo que tinha engolfado grande parte da Europa. Os países capitalistas temiam tanto possíveis invasões e destabilizações por parte dos soviéticos, como também a crescente força dos partidos comunistas que ganhavam popularidade pela Europa fora.

Inspirados nos grupos stay-behind (tradução: deixados para trás) que haviam sido organizados pelo MI6 durante a 2ªGM, os EUA, usando a CIA e a NATO, aliam-se aos serviços secretos ingleses e, em conjunção também com os serviços de variados países da Europa Ocidental, criam uma rede de exércitos secretos com o intuito de serem deixados para trás numa eventual invasão russa, podendo assim destabilizar a ocupação a partir de dentro. Os grupos que o MI6 anteriormente tinha organizado tinham como objectivo serem acionados numa eventual invasão alemã, estando assim preparados e armados para iniciar uma operação subversiva.
A invasão russa nunca aconteceu, mas essa mesma rede criada na Europa usou esses exércitos, assim como influências de grupos encobertos, parapolíticos e criminosos - como o Vaticano, várias lojas de inspiração maçónica como a famosa P2 (Propaganda Duo), máfia italiana, etc -, para combater o comunismo interno e, no fundo, como se poderá descobrir no desenrolar do *rabbit hole*, também combater todos aqueles que se opõem aos interesses imperialistas americanos.

Essa rede comandada pela NATO (ou mesmo a CIA, os interesses e inteligência da NATO e da CIA são praticamente indistinguíveis) usou frequentemente a estratégia de recrutamento e financiamento de grupos de extrema-direita, que armavam com explosivos, armas e munições, para combater o comunismo. Muitos desses grupos, como a Ordine Nuovo em Itália, ou o MDLP em Portugal, aterrorizaram a população e a esquerda com ataques bombistas, chegando muitas vezes a falsificar provas para culpar a esquerda, como foi o famoso caso da Piazza Fontana, assim como levar a cabo assassinatos de figuras que pusessem em causa a conjetura de forças que trabalhava para restringir o comunismo.

Estas operações subversivas, que circundaram e sabotaram muitas vezes as democracias europeias, foram levadas a cabo sem o conhecimento da população, parlamentos e inclusive governos, salvo certos cargos como ministérios relacionados com guerra e negócios exteriores.

Países Envolvidos

Estes exércitos secretos da NATO operaram em grande parte dos países da Europa Ocidental, incluíndo alguns não-pertencentes à aliança militar. Deixo aqui as notas que tenho de alguns deles.

Grupos envolvidos

Vaticano